Rua Direita da Ameixoeira ©Adriano Lisboa, 2007
As ruas direitas nem sempre literalmente o foram. O edificado da cidade medieval, levantado entre muralhas e portas, ruas e travessas, portagens e ermos, definia-se serpenteando entre esquinas e escadinhas, curvas e contracurvas, pequenos largos e rossios. Eram então estas ruas direitas directas, isso sim, ligando maioritariamente as portas opostas da cidade.
No Sumário de Cristóvão Rodrigues de Oliveira, 1551, quase dois séculos após a edificação da muralha fernandina, a qual alargou substancialmente os limites da Lisboa medieval, estão mencionadas vinte e uma ruas direitas, das quais três faziam ainda referência toponímica a portas da cidade.
Com o tempo, a necessária evolução urbanística, o desapego aos muros defensivos e a consequente construção fora deles, levou a que estes arruamentos se reproduzissem mais direitos do que recortados.
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